segunda-feira, 23 de agosto de 2010

O Aquífero Guarani na região de Ribeirão Preto – Cravinhos.

Mapa do estado de São Paulo. A parte em azul claro, identificada como Aquífero Bauru, está, aproximadamente, sobre o Aquífero Guarani. A zona de recarga do Guarani aparece em azul mais escuro.


Os noticiários em jornais e sites vêm alertando para os problemas que a instalação de uma usina de cana-de-açúcar pode causar ao Aquífero Guarani. Trata-se da Cia. Energética de Cravinhos, que pretende produzir álcool, açúcar e energia elétrica. A promotoria foi acionada através de Ongs para que os problemas com o licenciamento ambiental sejam resolvidos.
Mas o que é o Aquífero Guarani, como podemos protegê-lo e o que pode contaminá-lo.
O Aquífero Guarani começou a se formar entre 245 e 144 milhões de anos atrás, quando havia na região centro-sul da América do Sul, mais especificamente na bacia do rio Paraná uma região desértica na qual estavam depositadas camadas de areia. Sua formação geológica é arqueada para baixo devido ao peso do derrame de basaltos ocorridos entre 135 e 120 milhões de anos quando da separação dos continentes.
As bordas desse arco se afloram à superfície e é nessa região que ocorre a recarga do aquífero. Aproximadamente, essa área coincide, em partes, com o relevo de cuestas que corta o estado de São Paulo numa linha nordeste sudoeste. Passando pelas regiões de Botucatu, São Carlos, Ribeirão Preto, dentre outras.
A rocha do aquífero é um excelente armazenador de água de água, os poros dessa rocha possuem boa comunicação, o que possibilita uma maior facilidade na exploração desse recurso. Para se ter uma idéia das águas subterrâneas, elas correspondem a 97% de toda água doce líquida do mundo e apresentam alto grau de pureza visto que as rochas e o solo que as recobrem normalmente agem como filtros.
Área de recarga do Aquífero Guarani no
município de São Carlos. Nota-se o afloramento
da principal rocha que o forma - arenito.

No entanto, se essas águas forem contaminadas o prejuízo é incalculável. Pequenas quantidades de poluentes são capazes de contaminar milhões de litros d’água. Normalmente elas são contaminada por práticas agrícolas e industriais. As primeiras o contaminam lançando no solo grande quantidade de compostos como os nitratos, dentre outros fertilizantes. As indústrias podem lançar metais pesados (chumbo, cádmio, etc.). Há, também, os problemas de fossas e latrinas, dentre outros.
A extração de água de um aqüífero deve ser feita com muita cautela e depois de se realizar muitos estudos. A retirada de água maior que a capacidade de recarga causa rebaixamento do nível de saturação, problemas como a subsidência (afundamento) e o risco de o solo ceder em ambientes cárticos já causaram vários inconvenientes.
O maior problema numa situação como essa ocorre quando as autoridades competentes para julgar a viabilidade de tal projeto permitem que o fator econômico fale mais alto que o ambiental. Que frisem bem: uma satisfação econômica não pode prescindir a conservação do recurso mais fundamental para a vida – a água.
Referências:
TEIXEIRA, Wilson (et- al) Decifrando a Terra. São Paulo: Editora Nacional, 2008.
Serviço Geológico do Brasil (CPRM) Disponível em:
http://www.cprm.gov.br/Aparados/ap_geol_pag01.htm Acesso 23/08/2010.
Projeto Aquífero Guarani – ANA (Agência Nacional de Águas) Disponível em:
http://www.ana.gov.br/guarani/sistema/descricao.htm Acesso em 23/08/2010.
Imagens: ANA (Agência Nacional de Águas) e SABESP.
Sugestão de leitura:

Um comentário:

Anônimo disse...

Caros Alexandre e Pablo,
Gostaria de ler o livro Aquífero Guarani - formação e importância, porém vcs não postaram os dados bibliográficos da obra. Por favor, enviar para solangelim8@hotmail.com
Obrigada
Solange Lima

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